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[ ECONOMIA # ARTIGOS ] 2010 chegou, mas o ano que passou será lembrado pelos pecuaristas por vários motivos. Foi o ano em que os preços do boi gordo começaram acima dos R$ 80,00 em São Paulo e terminaram abaixo dos R$ 75,00. Foi o ano em que, em contrapartida, os bezerros e bois magros nunca estiveram tão valorizados. Foi, assim, o ano em que o confinamento despencou 20%. Também foi o ano em que as exportações de carne bovina caíram 20%, ampliando consideravelmente a oferta interna. Foi, ainda, o ano das grandes fusões e liquidações extrajudiciais dos frigoríficos.
PECUÁRIA DE CORTE: REVENDO CONCEITOS
ResponderExcluirPaulo Cesar Bastos *
O atual cenário de dificuldades no mercado causado pelos preços baixos para a arroba do boi gordo é um assunto do interesse de todo pecuarista, independentemente do porte. Deve ser, sempre, comentado e debatido.
Todos os produtores têm, não só o direito, mas, também, o dever de expressar a sua opinião e contribuir, dessa forma, para o pleno exercício da cidadania. Ainda que corram o risco do engano, a maior parte dos que se manifestam estão mais próximos da certeza.
Estamos vivendo uma nova realidade, a era do conhecimento, da informação, enfim o tempo da competitividade global e da revisão dos conceitos. Inovar é preciso.
É importante refletir que a tão falada competitividade tanto pode significar ganhar mais, como, também, sair do ramo de negócio pela falta do ganho. A competitividade não é um modismo, veio para ficar. Quem não entender esse fenômeno, certamente, desaparecerá do mercado.
Como, para a maioria esmagadora de todos nós, a atividade rural, além de negócio, também é uma paixão, ninguém vai querer apagar essa chama.
Assim, é preciso que seja tecida uma rede de conscientização, debatendo e mostrando as condições atuais do setor, para que todos conheçam os problemas e, a partir daí, com o intercâmbio das idéias, surjam os caminhos e as soluções. Capacitação, cooperação, comunicação, compromisso e confiança são as ferramentas para construir uma nova estrada para a boiada.
É fundamental repensar o setor, revendo os conceitos, equacionando as divergências, enfim, estabelecendo uma articulação pragmática entre todos os integrantes da cadeia produtiva para o estabelecimento de uma política moderna do ganha-ganha voltada para uma modernização e eficiência produtiva, rompendo os bloqueios burocráticos e das análises equivocadas em relação ao agronegócio da carne bovina.
A recuperação do setor não poderá vir das ações isoladas e solitárias. Tornam-se necessárias atitudes de cooperação. O contexto atual determina que o Estado, ao deixar de ser intervencionista, passe a ser mais participativo. Somente com a união dos esforços da atividade privada com os poderes públicos, federal, estaduais e municipais, é que surgirá a tônica para vencermos o desafio da viabilização de uma atividade tão importante para o desenvolvimento sócio-econômico sustentável do País.
Finalizando, aquele antigo bordão de passeata deve também ser revisto: a luta não só continua, ela deve ser contínua
É isso aí.
Paulo Cesar Bastos é engenheiro civil e pecuarista
PECUÁRIA DE CORTE: REVENDO CONCEITOS PARA OS NOVOS DESAFIOS EM 2010.
ResponderExcluirO atual cenário de dificuldades no mercado causado pelos preços baixos para a arroba do boi gordo é um assunto do interesse de todo pecuarista, independentemente do porte. Deve ser, sempre, comentado e debatido.
Todos os produtores têm, não só o direito, mas, também, o dever de expressar a sua opinião e contribuir, dessa forma, para o pleno exercício da cidadania. Ainda que corram o risco do engano, a maior parte dos que se manifestam estão mais próximos da certeza.
Estamos vivendo uma nova realidade, a era do conhecimento, da informação, enfim o tempo da competitividade global e da revisão dos conceitos. Inovar é preciso.
É importante refletir que a tão falada competitividade tanto pode significar ganhar mais, como, também, sair do ramo de negócio pela falta do ganho. A competitividade não é um modismo, veio para ficar. Quem não entender esse fenômeno, certamente, desaparecerá do mercado.
Como, para a maioria esmagadora de todos nós, a atividade rural, além de negócio, também é uma paixão, ninguém vai querer apagar essa chama.
Assim, é preciso que seja tecida uma rede de conscientização, debatendo e mostrando as condições atuais do setor, para que todos conheçam os problemas e, a partir daí, com o intercâmbio das idéias, surjam os caminhos e as soluções. Capacitação, cooperação, comunicação, compromisso e confiança são as ferramentas para construir uma nova estrada para a boiada.
É fundamental repensar o setor, revendo os conceitos, equacionando as divergências, enfim, estabelecendo uma articulação pragmática entre todos os integrantes da cadeia produtiva para o estabelecimento de uma política moderna do ganha-ganha voltada para uma modernização e eficiência produtiva, rompendo os bloqueios burocráticos e das análises equivocadas em relação ao agronegócio da carne bovina.
A recuperação do setor não poderá vir das ações isoladas e solitárias. Tornam-se necessárias atitudes de cooperação. O contexto atual determina que o Estado, ao deixar de ser intervencionista, passe a ser mais participativo. Somente com a união dos esforços da atividade privada com os poderes públicos, federal, estaduais e municipais, é que surgirá a tônica para vencermos o desafio da viabilização de uma atividade tão importante para o desenvolvimento sócio-econômico sustentável do País.
Finalizando, aquele antigo bordão de passeata deve também ser revisto: a luta não só continua, ela deve ser contínua em 2010.
PAULO CESAR BASTOS é engenheiro civil e pecuarista