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sexta-feira, 31 de maio de 2019

BOA PARTE DE QUEDA DO PIB SE DEVE A DESPREPARO DE BOLSONARO - Textos, Kennedy Alencar

Fonte: Kennedy Alencar

O governo tem boa parte da responsabilidade pela queda do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre deste ano. Jair Bolsonaro jogou fora o período de lua de mel, no qual um presidente da República recém-eleito tem força para aprovar projetos no Congresso. Ele não mostrou capacidade para fazer uma articulação política eficaz.

Resultado: quebrou uma onda de expectativas positivas que se desenhou na administração Temer, que corrigiu erros de política econômica cometidos na gestão Dilma.

O ministro Paulo Guedes afirmou ontem que a economia está parada à espera das reformas.




Ora, cabe ao governo organizar a aprovação da sua agenda de reforma. O despreparo de Bolsonaro levou os agentes econômicos a um estado de decepção que afeta investimentos e cria um clima pessimismo.

O PIB do 1º trimestre de 2019 caiu 0,2 na comparação com o 4º trimestre de 2018. Houve peso do efeito Brumadinho, que afetou a mineração em Minas Gerais. A Argentina também reduziu importações do Brasil. Mas é inegável que Bolsonaro caiu da prancha e não conseguiu surfar onda que sinalizava para uma retomada do crescimento econômico, ainda que de forma de moderada.

No começo do ano, o mercado previa crescimento de até 2,5 do PIB em 2019. Agora, há quem ache que 1 será um milagre. O governo perdeu a confiança dos agentes econômicos. Isso deve ser debitado na conta de Bolsonaro.

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Vida dura

O ministro Paulo Guedes (Economia) confirmou que o governo estuda liberar dinheiro de contas ativas do FGTS, medida da escola keynesiana. É irônico um liberal radical pensar nisso, mas faz sentido analisar a medida. Obviamente, é necessário ver prós e contras.

A combinação de responsabilidade fiscal com medidas pontuais de incentivo ao crescimento deve, sim, ser feita num momento de estagnação econômica. Também é preciso uma agenda de crescimento que vá além das reformas.

O Congresso, mesmo bombardeado por Bolsonaro e apoiadores mais radicais, tem prometido entregar parte dessa agenda de reformas, pois o governo já deu prova de que não tem competência para articulá-la.

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Causa justa

As manifestações estudantis de ontem tiveram peso político. Não importa se foram menores do que os protestos do dia 15, também contrários ao governo, ou se foram superiores ou não aos atos de domingo, realizados em apoio a Bolsonaro a fim de tentar emparedar o Congresso e o Judiciário.

O fato principal é o seguinte: em menos de seis meses, o governo deu um motivo concreto para que uma parcela da sociedade se mobilize a favor de uma causa justa. A política educacional da gestão Bolsonaro é um desastre. O ministro Abraham Weintraub não tem capacidade para o cargo. Pior: só faz estimular confrontos com seu despreparo administrativo e inabilidade política.

Ouça o comentário no “Jornal da CBN – 2ª Edição”:



Clique aqui para ver esta matéria na íntegra em Kennedy Alencar.

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