Fonte: Embrapa
Em meio às atividades da 12ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), promovida pela Embrapa Milho e Sorgo em parceria com a Epamig, em Sete Lagoas, tiveram destaque as discussões sobre o futuro da pecuária leiteira. Dentro da programação, o “Encontro Regional Sobre Pecuária Leiteira” reuniu produtores, professores e pesquisadores para trocar experiências sobre modos inteligentes de gestão da pecuária de leite em um mundo cada vez mais conectado e preocupado com questões ambientais.
Pela manhã, o auditório da Embrapa Milho e Sorgo recebeu o público para duas palestras sobre o futuro da pecuária leiteira.
O consultor agropecuário Cássio Camargo iniciou o dia com uma provocação para os produtores presentes. Para ele, o mercado de produção de leite é muito avançado mas, da porteira para dentro, os produtores ainda são carentes de especialização.
Na mesma vertente, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, afirmou que a “fazenda 4.0 está chegando”. O termo faz referência à utilização de tecnologias dentro das fazendas para melhorar os índices de gestão. “A verdade é que na pecuária de leite estamos com custos elevados e tomamos decisões no escuro. Para sermos mais eficientes e competitivos precisamos ficar atentos à internet 4.0”, disse, fazendo referência à mudança de paradigmas que a rede trouxe ao mundo todo.
Na lógica do mercado leiteiro, de acordo com Paulo, informação será uma das maiores necessidades do produtor daqui pra frente. “Com as tecnologias certas será possível obter mais informações para reduzir custos e tomar atitudes precisas”, disse. Indagado sobe a diminuição de empregos causada pela automação no campo, o pesquisador foi enfático ao afirmar que isso não é verdade. “A automação nas fazendas não retira empregos, mas sim supre demanda e traz de volta ao campo jovens que estão tão afastados dele”.
Durante a tarde a programação ocorreu no Campo Experimental Santa Rita, da Epamig. O tradicional Dia de Campo, evento que integra a programação da SIT desde a primeira edição, abordou questões relativas ao bem-estar no campo. Para a coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Bovinocultura, Cristiane Viana, o aumento da produção de leite ao longo dos anos se deu em contrapartida ao bem-estar dos próprios animais. “Criar as vacas com foco na qualidade de vida dos animais impacta diretamente na qualidade do leite que é extraído. Um animal que é manejado visando o bem estar produz mais leite, tem uma longevidade maior e retorno nos dados zootécnicos, o que faz com que esse animal seja mais produtivo ao longo do tempo”. Cristiane aponta que essa é uma tendência mundial e indica que um manejo mais natural reflete em qualidade também para os produtores. “Uma vaca manejada com foco no bem-estar é mais mansa, dá menos coices e nem precisa ser amarrada durante a ordenha”, exemplifica.
A questão da qualidade de vida do produtor rural se estendeu ao longo da tarde em cinco estações de campo montadas na Epamig. Por meio de um sistema de rodízio, o público participou de discussões sobre prevenção de acidentes; defesa sanitária animal; aposentadoria do trabalhador rural; riscos da febre maculosa e segurança no campo, este último contando com a participação da Polícia Militar. “São temas necessários e ainda poucos discutidos”, afirmou a coordenadora de difusão da Epamig Centro-Oeste e uma das coordenadoras da SIT, Maria Celuta Machado Viana.
Vitrine de Tecnologias da Embrapa
Para além das palestras da manhã, o público presente pode conhecer a Vitrine de Tecnologias da Embrapa Milho e Sorgo, um espaço de demonstração das tecnologias geradas pela Embrapa e seus parceiros, entre eles o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
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