Texto produzido por Faemg
Preocupados com o uso sustentável da água, o Sistema Faemg/Senar Minas iniciou a capacitação de produtores rurais para a utilização da agricultura irrigada. Durante a semana de 08 a 11 de abril, em Bom Despacho, dois grupos de produtores participaram de projeto piloto sobre o Programa Especial da Agricultura Irrigada; desenvolvido pelo Senar Nacional e que será implantado em Minas Gerais integrado ao Programa Nosso Ambiente.
Nesse cenário, a água passa a ser uma das garantias da produção, através da irrigação feita de forma sustentável. O Brasil tem muito a crescer nesse setor. Da sua área de utilização dessa tecnologia apenas 19,6 % são aproveitados, a média mundial é de 72% segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
A missão do Programa Especial de Agricultura Irrigada é conciliar a eficiência da produção com o uso sustentávelda água, favorecendo a segurança da safra principalmente nos períodos de estiagem ao adotar técnicas de gestão dos sistemas de irrigação, manejo do solo e da água.
Em alerta
Em Bom Despacho, boa parte dos produtores trabalha com a utilização da irrigação através de pivô. O município, como outros do Estado, está em estado de alerta sobre a disponibilidade de recursos hídricos. Por esse motivo, o município foi contemplado com o Programa Especial de Agricultura Irrigada.
O primeiro módulo capacitou duas turmas de produtores, 24 pessoas, que apreenderam as questões que envolvem a gestão e o manejo na irrigação. “O programa será desenvolvido por etapas que contempla conhecimentos sobre Gestão e Manejo, o que foi realizado em Bom Despacho esta semana. Na sequência virão às etapas sobre Gestão da Irrigação Localizada, Gestão da Irrigação por Aspersão, Fertirrigação e Reúso; Gestão da Energia Elétrica e da Água”, enfatizou o coordenador do projeto Harrison Belico. Ele também destacou o quanto os participantes do projeto se interessaram pelos novos conhecimentos recebidos e a importância desse conteúdo para o uso sustentável dos recursos naturais. Segundo Harrison, várias regiões do Estado estão em condições de alerta, em relação ao comprometimento da vazão outorgável, devido a disponibilidade de recurso hídrico. Esse projeto visa contribuir com o aumento da produção de alimentos e, consequentemente, com o aumento da renda do produtor rural, através da capacitação na gestão e manejo da irrigação e no uso da água com maior eficiência e eficácia.
O engenheiro agrônomo e instrutor, Magno Leal de Souza, ressaltou as questões do estado de alerta, que envolve a região de Bom Despacho. As informações sobre autorgas, uso sustentável da água e a utilização consciente de cada produtor, foram contempladas nesse primeiro módulo do curso. “A utilização correta da água garantirá a produção no futuro, para isso o produtor deverá ter conhecimentos sobre como utilizar os nossos recursos naturais da melhor maneira, consciente sobre a capacidade de produção, bem como da quantidade de água que poderá utilizar para a irrigação”, enfatizou. A próxima etapa do projeto será desenvolvida em Bom Despacho em maio. “Hoje, a grande dificuldade da agricultura irrigada é o manejo da água no solo. Os equipamentos nos dizem a quantidade de água que estamos usando, mas não indicam o momento certo de irrigar. Essa parte é a mais importante, pois se o produtor irrigar no momento que ainda tem água no solo estará jogando água fora. Se ele identificar que o solo ainda tem água para mais dois dias, poderá fazer um bom trabalho. Essa identificação, através de equipamentos simples desenvolvidos pela Embrapa, o ajudará na tomada de decisões”, concluiu Magno.
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