Fonte: Embrapa
Cerca de 30 alunos do ensino integral do Colégio Estadual Gilberto Freyre, em Nossa Senhora do Socorro, participam ativamente da horta escolar que foi implantada na unidade de ensino, através de uma parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) por meio do Programa Embrapa & Escola, que promove a popularização da ciência junto ao público estudantil.
Em um espaço de cerca de 20 metros quadrados, no fundo da escola, eles aprendem a plantar e colher produtos alimentícios sem agrotóxicos.
Com a orientação da Embrapa e o auxílio do servidor da Secretaria de Educação (Seduc) Givaldo dos Santos, que desenvolve o projeto em cinco unidades de ensino do Estado, os estudantes cultivam hortaliças de folhas como a couve, repolho, coentro, alface, rúcula, rabanete, entre outros.
Em um espaço ao lado fica a estufa, uma estrutura utilizada para que os alunos façam o preparo das mudas.
Os estudantes utilizam a horta de maneira interdisciplinar, onde são realizadas aulas de biologia, química, matemática, e outras disciplinas. A professora de biologia, Luciana Roberta, explica que o projeto teve início no ano passado, através da disciplina eletiva “Vamos Plantar”, mas que somente no início deste ano, após a parceria com a Embrapa, começou a se concretizar.
“Conseguimos montar uma estrutura aqui na escola e fazer todo o trabalho com os estudantes, pensando em ocupar os espaços ociosos da unidade de ensino, ter um laboratório vivo no qual podemos trabalhar a biologia e outras disciplinas, desenvolver as competências e habilidades que o programa traz para os alunos, fazendo com que sejam protagonistas e tenham contato com a natureza. Aqui eles se reconhecem como pessoas que fazem parte do meio ambiente”, disse ela, explicando ainda que os estudantes poderão, no futuro, utilizar esses conhecimentos para empreender.
Em breve, o espaço contará também com a criação de galinhas. Em ação coordenada pela pesquisadora Cristiane Otto de Sá, especialista em produção animal, os integrantes do projeto receberão capacitação para a criação sustentável de galinhas para produção de ovos no próprio espaço da escola, aproveitando sobras de alimentos da merenda escolar.
Parceria
A parceria com a Embrapa foi de fundamental importância para que o projeto ganhasse vida. O coordenador do Programa Embrapa & Escola, Roque de Jesus, disse que após visita à unidade de ensino, momento em que são mostradas as possibilidades de se realizar trabalho, que requer uma dedicação exclusiva dos envolvidos, a Embrapa começa a prestar orientação.
“Além de ser educativo, é um projeto de conscientização. Incentiva e desperta o interesse pela carreira científica nos alunos, pois antes de iniciar, eles visitam os projetos da Embrapa para conhecerem melhor o que fazemos. Tudo o que é colhido aqui vai para a alimentação escolar, o que traz mais saúde para os estudantes”, afirmou.
O senhor Givaldo dos Santos, funcionário da Seduc que atualmente trabalha com horta escolar em cinco unidades de ensino da rede estadual, é quem presta toda a orientação para os alunos, ensinando desde a semeadura até a colheita. “A horta é uma sala de aula viva, onde eles aprendem conhecimentos de várias disciplinas, como biologia, ciências, entre outras. A gente planta, acompanha a evolução, colhe e, ao final, o objetivo é enriquecer a alimentação dos alunos”, declarou.
Em outro espaço do colégio há ainda o minhocário, onde são cultivadas as minhocas que adubam a terra da horta escolar.
Conhecimentos
Os alunos que participam do projeto mostram-se bastante envolvidos com as tarefas da horta escolar, e destacam que os conhecimentos adquiridos são muito importantes para as vidas deles. É o caso de Gabriele Vasconcelos, do 1º ano. “A gente planta e depois colhe os produtos, que irão para a nossa própria alimentação na escola de forma bastante saudável. Na minha casa tem algumas mudas, então já sabia mexer um pouco com horta, mas depois dessas aulas, comecei a desenvolver melhor as técnicas”, disse.
A mesma opinião foi compartilhada por Deysiane André Silva, aluna do 2º ano. “Antes da horta, esse espaço do colégio era bastante bagunçado, só tinha mato. Com essa iniciativa, conseguimos reaproveitar o que estava desorganizado. A horta atraiu mais alunos e é um orgulho para a gente. Tudo o que a gente colhe vai para a alimentação escolar e, quem sabe, futuramente poderemos até vender para ajudar a comunidade”, afirmou.
O aluno David Santos Rocha, do 2º ano, disse que sua experiência com a horta lhe ajuda em casa. “Venho de uma família que trabalha com roça, é uma coisa que eu gosto muito, então a horta escolar me chamou bastante atenção. Nós abraçamos essa ideia, até mesmo por saber que agora teremos uma alimentação mais saudável na escola, sem agrotóxicos. Os ensinamentos que aprendo aqui eu levo para minha casa”, declarou.
Quem também gosta de participar do projeto é Jadson Vieira dos Santos, do 1º ano. “Para mim é gratificante. A gente planta muitos produtos alimentícios e pode utilizá-los na cozinha da escola, em nossa merenda. Eu antes não sabia plantar nada e aqui eu aprendi”, disse.
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