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sexta-feira, 3 de maio de 2019

REUNIÃO DISCUTE DADOS ECONÔMICOS DA PRODUÇÃO CONSERVACIONISTA NO JURUÁ - Textos, Embrapa

Fonte: Embrapa

Na terça-feira, dia 7 de maio, agricultores familiares, gerentes de cooperativas, representantes de associações de produtores e gestores de instituições de fomento à produção, entre outros atores que apoio a cadeia produtiva da mandioca no Juruá, poderão conhecer os resultados de um estudo de viabilidade econômica da produção agrícola conservacionista, realizado pela Embrapa Acre. A reunião acontece no teatro municipal de Mâncio Lima e tem como objetivo apresentar dados econômicos dessa alternativa produtiva e colher subsídios para validar as informações da pesquisa.

O estudo faz parte do projeto “Manejo conservacionista do solo na produção familiar para a agricultura de baixa emissão de carbono no oeste do Estado do Acre – Juruaproduz”, executado em uma propriedade rural do município de Mâncio Lima.

Além de produtores rurais, teve a participação de diferentes atores envolvidos direta e indiretamente com a cadeia produtiva da mandioca nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.

“Avaliamos aspectos econômicos da produção de mandioca e milho, comparando distintas variáveis de impacto financeiro no sistema tradicional de cultivo e em diferentes modalidades de sistemas conservacionistas que incluem o uso de plantas de cobertura, métodos de adubação, rotação de culturas e plantio direto.  Queremos conhecer a eficiência econômica da produção conservacionista na região do Juruá para recomendar alternativas de sistemas economicamente viáveis para propriedades rurais com diferentes perfis. O produtor rural poderá escolher o modelo mais adequado à sua realidade e, desta forma, reduzir riscos na produção”, explica o pesquisador da Embrapa Acre, Falberni Costa, líder do projeto.

Resultados

De acordo com o pesquisador Claudenor Pinho, responsável pelos estudos econômicos no Juruá, foram avaliados modelos produtivos com níveis tecnológicos distintos. As análises consideraram dados da produtividade dos cultivos de milho e mandioca, gerados em mais de uma década de pesquisa, e indicadores econômicos como custo da produção, receita líquida obtida pelo produtor, renda familiar e retorno financeiro da atividade agrícola. “Os resultados mostram que os sistemas conservacionistas apresentam diversas vantagens em relação a sistemas agrícolas convencionais, entretanto, a rentabilidade financeira na produção está relacionada ao nível de adoção de tecnologias. Quanto mais tecnificada for a propriedade, maior será o retorno econômico na atividade agrícola”.

“Além de melhorar o desempenho das culturas, as técnicas conservacionistas reduzem o uso de mecanização da terra, evitando gastos com maquinários, combustíveis e mão-de-obra no preparo do solo e contribuindo para diminuir os custos da produção. O agricultor consegue produzir mais com menos custos e sem a necessidade de abertura de novas áreas, resultando no aumento da renda familiar e em benefícios para o meio ambiente. Estes aspectos ajudam a confirmar a viabilidade econômica e ambiental destes sistemas”, afirma o pesquisador.

Segundo Falberni Costa, em experimentos conduzidos nas Unidades Demonstrativas implantadas no Juruá, a produtividade de mandioca e milho aumentou entre 40 e 50 , em relação a cultivos convencionais. “Os sistemas conservacionistas também permitem intensificar as atividades produtivas, com o cultivo de milho e mandioca no mesmo ano safra, ampliando as oportunidades de geração de alimento e renda na propriedade, mas o acesso a essa modalidade de produção por um número maior de agricultores, assim como a ampliação das áreas cultivadas, dependerá da implementação de políticas públicas”, enfatiza.

Sobre a agricultura conservacionista

A produção agrícola conservacionista preconiza o uso de tecnologias de baixo impacto que ajudam a melhorar a qualidade do solo, protegem esse recurso e permitem diversificar as atividades produtivas. Desde 2006 a Embrapa realiza pesquisas para disseminação do uso desses sistemas no Juruá, por meio de diferentes projetos executados com a participação de agricultores familiares e apoio de diversas instituições. Na fase atual, os estudos têm a parceria das Universidades Federais do Acre (UFAC) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) e buscam medir a eficiência do uso de práticas conservacionistas na produção de culturas estratégicas para a economia da região e validar dados econômicos, visando à recomendação destes sistemas com foco na produção sustentável.

Estudos revelam que no Juruá predominam solos arenosos e com baixa fertilidade e essa deficiência de nutrientes associada ao uso de práticas inadequadas de manejo acelera o processo de degradação desse recurso natural. Segundo Falberni Costa, as técnicas conservacionistas testadas possibilitam recuperar e manter a qualidade do solo e permitem conciliar conservação da terra e aumento da produção agrícola.

“Alternar os cultivos com plantas de cobertura (gramíneas e leguminosas), por exemplo, aumenta os teores de matéria orgânica e de nitrogênio no solo e ajuda a repor parte dos nutrientes retirados na safra anterior, melhorando as condições de fertilidade. Já o uso de plantio direto evita revolver a terra e auxilia no controle da erosão. A não utilização do fogo no preparo das áreas para os cultivos, outro critério importante para a pesquisa, é condição básica para a obtenção e manutenção desses ganhos”, destaca o pesquisador.

Clique aqui para ver esta matéria na íntegra em Embrapa.

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