Texto produzido por Embrapa
Destaque foi o controle do oídio com leite cru
O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Wagner Bettiol ministrou curso sobre controle biológico de doenças de plantas, no programa de pós-graduação da Faculdade de Ciências Florestais, da Universidad de Concepción, Chile, em janeiro de 2019.
Durante o curso foram discutidos os conceitos básicos em controle biológico de doenças de plantas; isolamento, seleção e multiplicação de agentes de controle biológico; desenvolvimento de produtos; uso comercial de biopesticidas; indução de supressividade do solo a fitopatógenos habitantes do solo; efeito de matéria orgânica no controle de doenças de plantas; aplicação dos principais agentes de biocontrole (Trichoderma spp.
e Bacillus subtilis) e conversão de sistemas de produção para estimular o controle biológico natural de doenças de plantas.
Uma das atividades realizadas foi a visita ao Viveiro Carlos Douglas de Yumbel, da empresa CMPC (Florestal Mininco S.A.), acompanhados por Wagner Bettiol e pelo Prof. Eugenio Sanfuentes, da Universidad de Concepción.
Conforme Bettiol, “o objetivo da visita foi para que os alunos conhecessem a utilização de controle alternativo em larga escala em viveiros florestais chilenos”.
O Viveiro Carlos Douglas, além de fazer uso de controle biológico de doenças de plantas, também utiliza o leite para o controle de oídio na produção de mudas de eucaliptos. Esta técnica foi desenvolvida na Embrapa Meio Ambiente por Bettiol.
Oídio
Uma mistura de 5% de leite de vaca cru e 95% de água controla o oídio – doença que ataca diversas culturas, causando a morte das plantas e prejuízos aos agricultores. O método, desenvolvido por Bettiol, foi testado principalmente em pepino e abobrinha, com controle de praticamente 100% da doença.
O oídio é causado por um fungo que se parece com um pó branco nas folhas de variadas culturas (pepino, abobrinha, pimentão, tomate, melão, melancia, uva, soja, feijão, eucalipto, caju, manga etc). Em cada planta a espécie do fungo é diferente, mas os sintomas da doença são semelhantes. Segundo ele, esta doença impede que a planta realize normalmente a fotossíntese, o que ocasiona uma menor produtividade.
A solução é totalmente inócua ao meio ambiente e ao aplicador, não causando nenhum impacto ambiental, o que não se pode dizer o mesmo dos fungicidas utilizados para o controle da doença.
Bettiol concluiu que a alternativa é eficaz, após testar várias dosagens, inclusive leite puro. Ele explica que para uma solução de 100 litros, por exemplo, são necessários 95 litros de água e 5 litros de leite, que devem ser aplicados desde o início do plantio. “A mistura deve ser utilizada nas plantas pelo menos uma vez por semana, desde o início da ocorrência da doença”, ensina ele.
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