Fonte: Embrapa
De 28 de maio a 1º de junho, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participa com suas Unidades de Mato Grosso do Sul de mais uma edição do Campo Grande Expo, realizada na capital sul-mato-grossense. Os visitantes da feira podem participar de workshops e cursos ministrados pelos especialistas, além de conhecer a vitrine tecnológica com modalidades de consórcios, variedades de capins, dentre outras soluções tecnológicas.
No primeiro dia do evento, 28, acontecerá o workshop sobre a marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN), com os pesquisadores Rodrigo da Costa Gomes e Davi Bungenstab.
Gomes abordará o contexto em que o CCN foi criado, no qual há uma demanda mundial pela redução da emissão dos gases de efeito estufa (GEE). Sendo assim, o zootecnista explanará sobre os esforços da pesquisa em medir GEE e avaliar sistemas alternativos com capacidade de mitigação e neutralização. “Mostraremos os resultados dos pilotos feitos até o momento, dados de Unidades de Referência Tecnológica (URT) e a evolução do CCN para um protocolo de certificação e chegada ao mercado”, menciona Gomes.
Já Bungenstab trará o CCN dentro de um contexto internacional de sustentabilidade da carne bovina. O pesquisador apresentará iniciativas de outros países, como Austrália e Canadá, que priorizam a sustentabilidade. Ele explica que o carbono é um dos aspectos para aferir sustentabilidade e o CCN aposta no mercado futuro de crédito de carbono, em uma iniciativa inédita, na qual se mede o carbono sequestrado por quilo de carne produzido. “É uma proposta que acontece dentro da propriedade. É estratégica para consumidores, produtores e governos que buscam oportunidades de negócio no contexto de sustentabilidade, eficiência produtiva, mudanças climáticas, impactos ambientais, bem-estar animal, segurança alimentar e credibilidade internacional”.
A gestão na pecuária é tema de outro workshop, liderado pela pesquisadora Mariana Aragão, que falará sobre a “Gestão financeira da pecuária usando o Controlpec”, no dia 30 de maio, quinta. A ferramenta desenvolvida pela Embrapa Gado de Corte (MS) e parceiros permite registrar movimentações financeiras da atividade pecuária, de corte ou leiteira, de forma ágil, fácil e simplificada.
Cursos na CGExpo
Também na terça-feira, 28, acontecerá a capacitação “Manejo integrado de pragas na cultura da mandioca”, ministrada por Rudiney Ringenberg, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA), com demonstração de cultivares BRS de mandioca.
O treinamento sobre “‘Consórcio para rotação de culturas e ILP”, ministrado pelo engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados), Gessi Ceccon, com demonstração e regulagem de semeadora, além de semeadura direta de consórcio, está marcado para o dia 29, em dois horários distintos, das 8 ao meio-dia e das 14 às 18 horas.
Nos dias 30 e 31, os visitantes terão a oportunidade de participar da capacitação em “Diagnóstico Rápido de Estrutura do Solo (DRES)”, sob responsabilidade da pesquisadora Michely Tomazi, com amostras de solo que são utilizadas para diagnósticos e amostragem em áreas de cultivo. O DRES é uma ferramenta que permite avaliar o tamanho e a forma dos agregados do solo e observar a feição da compactação, o desenvolvimento radicular e a atividade da fauna do solo.
Ainda na sexta-feira, 31 de maio, o pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), Auro Akio Otsubo, é o instrutor do curso “Preparo e seleção de material propagativo para plantio de mandioca”, com demonstração de plantio mecanizado de mandioca.
Pantanal na CGExpo
O dia 1º de junho marca o Dia do Pataneiro no Campo Grande Expo. Os pesquisadores Juliana Correa e Eriklis Nogueira, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), se reúnem aos pesquisadores Luiz Orcírio Oliveira, da Embrapa Gado de Corte, e Karine Casanova para discutir temas relacionados à criação de bezerros de qualidade no bioma pantaneiro, abordando os manejos reprodutivo e nutricional dos animais.
De acordo com Correa, que investiga o uso do sêmen refrigerado na reprodução assistida bovina, esse tipo de material pode elevar significativamente as taxas de prenhez do rebanho. Em experimentos conduzidos no Pantanal, os pesquisadores obtiveram dez pontos percentuais a mais nas taxas de prenhez. Assim, em vez de atingir a taxa prevista de 50 de prenhez após a inseminação, foi possível chegar a 60 com essa técnica, obtendo 20 de bezerros a mais.
Já os estudos de Nogueira geraram uma série de recomendações voltadas à produção de novilhos melhorados na região pantaneira. Os métodos, que podem ser adaptados para todo o Brasil, envolvem tecnologias de reprodução, melhoramento genético e nutrição. Os estudos avaliaram alternativas como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), produção in vitro (PIV) de embriões, cruzamento de raças, desmama precoce e suplementação alimentar.
Para aprimorar as taxas de prenhez, foram produzidos embriões utilizando sêmen sexado de touros Angus com alto mérito genético e ovócitos de vacas Nelore, aplicando a PIV associada à IATF. “A biotécnica produziu mais machos em função do uso do sêmen sexado, ou seja: 90 das crias geradas por meio dos embriões eram machos; na IATF, como foram utilizados os mesmos touros com sêmen convencional, cerca de metade das crias eram machos”, afirma o pesquisador.
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