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sexta-feira, 10 de maio de 2019

EMBRAPA AGROSSILVIPASTORIL COMEMORA DEZ ANOS COM DIA DE CAMPO EM MATO GROSSO - Textos, Embrapa

Fonte: Embrapa

Na semana em que completou dez anos de criação, a Embrapa Agrossilvipastoril celebrou a data com o 9º Dia de Campo sobre Sistemas Integrados de Produção Agropecuária. O evento foi realizado em parceria com o Senar-MT nesta quinta e sexta-feira, dias 9 e 10 de maio.

Somando-se os dois dias 670 pessoas participaram do evento, entre profissionais de assistência técnica e extensão rural, produtores e estudantes. A maior parte do público foi formada por alunos de universidades e escolas técnicas de diferentes regiões do estado.

Assim como na edição de 2018, o evento foi realizado em dois dias, repetindo a programação neles.

Dessa forma, os grupos que percorrem o circuito formado por quatro estações principais e outras quatro estações opcionais, ficam menores, melhorando a experiência do participante.

A programação deste ano manteve o foco nos sistemas produtivos. Com apresentação de resultados de pesquisa da Embrapa e de parceiros, visou oferecer ao público uma visão sistêmica da produção agropecuária.

“Nesse evento temos uma penetração maior no ambiente acadêmico, o que é bem relevante. Trouxemos conceitos que, embora sejam conhecidos, não são amplamente adotados. Então é importante trabalhar a formação desses profissionais do futuro, para que saiam de sua formação já com essa informação sólida sobre sistemas integrados, opções para a segunda safra e da importância de ter essa variabilidade produtiva”, analisa o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril, Flávio Fernandes.

Professor no IFMT de Sorriso, Renato Andrade Teixeira veio ao evento pelo segundo ano seguido trazendo seus alunos. Para ele o evento é uma oportunidade de os alunos conhecerem um pouco mais sobre as pesquisas e sobre o sistema produtivo.

”É bom para mostrar para eles , o que está sendo desenvolvido pela Embrapa e quais são as demandas locais. Vimos aqui temas bem atuais como a questão do Azospirillum em braquiária a integração lavoura-pecuária. Depois a gente aprofunda esses temas com eles em sala de aula”, destaca o professor.

Os resultados apresentados no evento também chamam a atenção do setor produtivo. O engenheiro florestal e consultor técnico Alan Falavinha trouxe seis profissionais de uma fazenda de Campo Novo do Parecis para que pudessem conhecer mais sobre os consórcios forrageiros que foram apresentados, em especial o Sistema Gravataí.

“Gostei muito dos resultados do consórcios da braquiária com feijão-caupi, principalmente a questão do volume de massa que ele incrementa ao sistema. Achei muito interessante e atende ao que o produtor busca para a integração lavoura-pecuária”, afirma o consultor.

As apresentações do dia de campo foram gravadas e em breve serão disponibilizadas no Canal da Embrapa no YouTube. Na playlist Palestras ILPF é possível assistir mais de cem palestras dos dias de campo sobre integração lavoura-pecuária-floresta.

Promovido pela Embrapa e Senar-MT, o 9º Dia de Campo sobre Sistemas Integrados de Produção Agropecuária contou com apoio da Acrimat, Coimma, Gepi, Rede ILPF, UFMT e Estância Vanda. Contou ainda com patrocínios da Acrinorte e da Unipasto.

Conteúdo técnico

Inoculação em gramíneas

A programação deste ano do dia de campo trouxe algumas novidades para o setor produtivo. Uma delas é a inoculação de sementes de braquiária com estirpes selecionadas da bactéria Azospirillum brasilense. Este microrganismo promove o crescimento da planta, por meio da produção de fitormônios. O resultado é o maior desenvolvimento de raízes, possibilitando melhor absorção dos nutrientes.

O pesquisador da Embrapa Soja Marco Antonio Nogueira apresentou resultados de pesquisa que mostram que a utilização deste inoculante resulta na produção de 15 a mais de biomassa e aumento em 10 no teor de proteína da gramínea, somando um incremento de até 25 na oferta proteica da pastagem.

De acordo com ele, as plantas inoculadas apresentam maior eficiência na absorção de nutrientes, aproveitando melhor os insumos aplicados na lavoura. Esta maior eficiência também vem sendo observada no milho, conforme apresentou o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Anderson Ferreira.

Anderson explicou que no milho o uso do Azospirillum permite ao produtor reduzir em 25 a dose de nitrogênio.

Pecuária de precisão

A melhoria da pastagem seja por meio do uso de inoculante, seja por meio do melhor manejo visa, na maioria das vezes, promover o ganho produtivo na pecuária. A necessidade de mensurar esse ganho e de obter informações para a tomada de decisão foi o tema da estação que abordou a pecuária de precisão.

Gustavo Trivelin, da Coimma, destacou os benefícios que o pecuarista pode ter em tempo real informações sobre o desempenho do rebanho que podem lhe auxiliar a ajustar o manejo conforme a necessidade.

Uma ferramenta para isso é a Balpass, uma balança de pesagem automática, desenvolvida por meio de uma parceria entre Embrapa, UFMS e Coimma. O equipamento foi demonstrado no dia de campo.

Conforme explicação de Trivelin, esta balança é instalada em um corredor por onde o gado passa para acessar bebedouro ou o cocho. Sensores leem o brinco do animal e registram automaticamente o peso dele a cada passagem. Os dados são enviados por internet e podem ser acessados remotamente, em tempo real, facilitando o acompanhamento do rebanho.

Integração lavoura-pecuária-floresta

Em outra estação, a voz foi dada ao produtor rural Nivaldo Michetti. Produtor de leite na pequena Estância Vanda, em Paranaíta (MT), ele utiliza a ILPF para melhorar o conforto térmico de suas vacas jersolandas e para produzir alimento para elas no período seco do ano. Além disso, as árvores são uma forma de diversificação de renda.

Com uma apresentação baseada nas experiências como produtor, Nivaldo falou sobre as técnicas adotadas e pontuou os benefícios que obteve em sua propriedade com uso desse sistema.

Sistema Gravataí

Em uma das estações principais, o pesquisador da Embrapa Flávio Wruck apresentou o Sistema Gravataí, um consórcio de braquiária com feijã-caupi destinado a sistemas de integração lavoura-pecuária em solos de textura média ou argilosa.

Podendo ser usado tanto para pastejo do boi safrinha quanto como cobertura de solo para sistema de plantio direto na palha, este consórcio resulta em maior disponibilidade de alimento para o gado, com aumento do teor de proteína, melhoria dos atributos químicos e microbiológicos do solo, ciclagem de nutrientes e fixação biológica de nitrogênio no solo.

Como resultado, tem-se maior ganho de peso nos animais e maior produtividade na cultura agrícola seguinte.

Wruck mostrou as técnicas possíveis para implantação e falou sobre o manejo correto, de forma a evitar problemas com pragas, como a vaquinha, e a aproveitar melhor os benefícios da tecnologia.

Nesta mesma estação, Renato Alves Filho, do laboratório Solo e Planta, destacou a importância de se conhecer o perfil microbiológico do solo em sistemas produtivos. A análise microbiológica é uma ferramenta fundamental para a tomada de decisões sobre as culturas a serem utilizadas.

Monitoramento de resistência de lagartas a inseticidas

Em uma das estações opcionais, foi apresentado o trabalho desenvolvido pela Embrapa Agrossilvipastoril para monitoramento de resistência de lagartas como a Spodoptera, a falsa medideira e a Helicoverpa a inseticidas em lavouras de Mato Grosso.

A indicação de que determinada população de lagartas em uma região adquiriu resistência a um produto, dá subsídios aos produtores para que possam fazer a rotação de princípios ativos, de modo a evitar repetição de aplicações e reduzir os custos de produção.

Os pesquisadores Rafael Pitta e Fátima Rampelloti mostraram também como produtores interessados podem contribuir com essa pesquisa, enviando amostras de lagartas para a equipe da Embrapa.

Consórcios forrageiros para segunda safra

Os participantes interessados em mais informações sobre opções de consórcios forrageiros para segunda safra puderam ver combinações de braquiária com nabo forrageiro, com trigo mourisco, com guandu anão, com niger, com crotalárias e também um consórcio sêxtuplo, com seis espécies diferentes de plantas de cobertura.

Os professores da UFMT Arthur Behling e Onã Freddi apresentaram resultados das avaliações desses consórcios quanto à produção de biomassa, capacidade de pastejo, incorporação de nutrientes ao solo e aspectos físicos do solo.

Cultivares de forrageiras BRS

Temática sempre presente nos dias de campo, as opções de plantas forrageiras da Embrapa e o manejo adequado de cada uma delas foram apresentadas pelo professor da UFMT Dalton Henrique e pelos alunos integrantes do Grupo de Estudos em Pecuária Integrada (Gepi).

Além de acompanhar dados sobre produtividade de alguns desses capins, os visitantes puderam ver no campo agrostológico cada uma das cultivares abordadas.

Produção de energia a partir do eucalipto

Os pesquisadores da Embrapa Maurel Behling e Matina Morales mostraram como a chegada de usinas de etanol à região ampliou a demanda por fonte de energia renovável e como o eucalipto é a melhor alternativa para suprir essa necessidade.

De acordo com Maurel, estima-se que os dois grupos que já estão instalados ou em fase de instalação na região demandem nos próximos dez anos 500 mil hectares de eucalipto para queima em suas caldeiras.

Aspectos referentes à silvicultura dessa espécie, materiais mais indicados para Mato Grosso e o potencial produtivo do estado foram apresentados. Além disso, mitos sobre a cultura foram esclarecidos com base em resultados de pesquisa que mostram a eficiência do eucalipto na conversão de água e nutrientes em carbono.

Maurel afirmou ainda que, pelas condições de clima e disponibilidade de terras, o Brasil e, especificamente Mato Grosso, têm grande potencial para crescimento desta cultura. Porém ainda restam desafios para que a produtividade cresça.

Marina destacou resultados de diferentes clones de eucalipto na geração de energia, mostrando que o futuro tende para a comercialização baseada em teor de umidade da madeira e não somente em volume, exigindo adaptação do o setor produtivo da silvicultura.

Clique aqui para ver esta matéria na íntegra em Embrapa.

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