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quarta-feira, 17 de abril de 2019

EVENTO CELEBRA O DIA NACIONAL DA CONSERVAÇÃO DO SOLO NO MUSEU DO MEIO AMBIENTE - Textos, Embrapa

Fonte: Embrapa

O Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RJ), foi palco de um ciclo de palestras, na segunda-feira (15/4), em comemoração ao Dia Nacional de Conservação do Solo. Promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa), Embrapa Solos (RJ) e o Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, o evento reuniu gestores, pesquisadores e técnicos de diversos órgãos e instituições para discussão de políticas públicas e outras ações voltadas à promoção do uso sustentável do solo e da água pela agricultura e pela pecuária brasileiras, em especial no estado do Rio de Janeiro.

O secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, e presidente do Conselho de Administração da Embrapa (Consad), Fernando Camargo, declarou que o País irá investir na recuperação do solo e da água em áreas degradadas para aumentar a produtividade da agricultura nacional.

O secretário, que representou a ministra Tereza Cristina no evento, lembrou que ela “tem sempre ressaltado que, para o Brasil aumentar a produção, não será necessário cortar mais nenhuma árvore, mas, sim, recuperar áreas degradas, em especial aquelas danificadas pela pecuária, e torná-las novamente produtivas e sustentáveis.”

Camargo destacou também que a governança do solo é outro aspecto essencial para a conservação da terra e o aumento sustentável da produtividade do campo, sem que haja novas expansões das áreas plantadas. Lembrou que, por meio do Programa Nacional de Solos do Brasil (PronaSolos), o Governo Federal está realizando o levantamento e a interpretação de dados do solo brasileiro em escalas bem mais detalhadas, cujo resultado será fundamental para a recuperação e a conservação desse recurso natural.

“Esse mapeamento está em construção e apresentará informações detalhadas e precisas para o conhecimento efetivo do solo brasileiro. Isso permitirá ao agricultor planejar seu cultivo com maior produtividade possível, reduzindo a utilização de fertilizantes e os danos ao solo”, destacou.

Também participou do evento o coordenador geral de Conservação do Solo e Água do Mapa, Jefé Leão Ribeiro, que fez uma análise sobre a posição do Brasil com relação às diretrizes para o manejo sustentável do solo, sugeridas pela Aliança Global pelo Solo como base para a construção de políticas públicas de agricultura.

Já o presidente do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, Sérgio Besserman Vianna, refletiu sobre o papel do Brasil frente aos problemas ambientais e econômicos que afetam diretamente a sociedade, incluindo aqueles decorrentes da degradação do solo e das mudanças climáticas. Para ele, o País precisa investir ainda mais em ciência e tecnologia nas áreas de biomassa, biotecnologia, biocombustíveis e produção de alimentos com baixa emissão de carbono. “Temos que inovar e avançar nessas áreas. É onde o Brasil tem chance de ser protagonista mundial.”

Ações e desafios no Rio de Janeiro

O subsecretário de Desenvolvimento Rural da Seappa, Ramon de Paula Neves, falou dos desafios e planos do estado do Rio de Janeiro para a conservação do solo. Ele explicou que está prevista, na restruturação pela qual passa a secretaria, a criação de uma coordenação de solos e territórios. “Essa nova área irá pensar o solo para além da produção agrícola e das cadeias produtivas. Também terá como perspectiva a ocupação do território, a forma como vai ser utilizado, quais tipos de moradias e meios de transporte mais adequados”, exemplificou.     

Celso Merola, chefe da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário, da Superintendência Federal de Agricultura (SFA-RJ), apresentou, juntamente com especialista em meio ambiente da Firjan, Andrea Lopes, um balanço das ações desenvolvidas para a implementação de uma agricultura de baixa emissão de carbono no meio rural fluminense, pelo Grupo Gestor do Plano ABC de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Embrapa Gado de Leite (MG) e do Banco do Brasil, o trabalho desenvolvido ao longo de 12 meses já possibilitou capacitações de agricultores e técnicos e a multiplicação de práticas de manejo sustentável da agricultura e da pecuária, além do acesso de produtores rurais às linhas de financiamento para a agricultura de baixo carbono. Além disso, um plano ABC estadual de mitigação, com horizonte de 2030, foi lançado em 2018.

O evento no Museu do Meio Ambiente também teve a apresentação do engenheiro agrônomo Marcelo Monteiro da Costa, que mostrou um amplo balanço sobre os impactos do programa estadual Rio Rural para a conservação do solo e da água no meio rural fluminense. Um dos legados do programa foi a elaboração de um projeto integrado, em andamento e com editais abertos, para pagamentos por serviços ambientais (PSA) no estado, numa parceria entre Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Secretaria de Estado do Meio ambiente e Sustentabilidade e da Seappa.

Participação das universidades

O evento marcou o lançamento do livro Manejo e Conservação do Solo e da Água, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS). Uma das autoras, a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Lucia dos Anjos, presenteou as bibliotecas da Embrapa Solos e do Mapa com um exemplar da publicação.

A acadêmica da UFFRJ foi a responsável pela palestra sobre a relação do Brasil com as iniciativas mundiais de conservação no âmbito da união internacional da ciência do solo da FAO, da qual é membro. Lucia apontou que a sociedade falha, no mundo todo, em assegurar que as soluções tecnológicas desenvolvidas pela pesquisa para a conservação adequada do solo sejam efetivamente implementadas.  

“Esse é um desafio também para o Brasil. Se não unirmos os esforços das várias instituições, das universidades, das empresas de pesquisa, dos grupos que trabalham diretamente com o produtor, dos ministérios, das ONGs, de empresas como CPRM e IBGE, de uma forma a otimizar o uso de recursos, vamos continuar falhando. Nós temos várias oportunidades, e todas as vezes que ocorre uma crise elas aparecem”.   

A última palestra do encontro coube ao professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Flavio Camargo, que apresentou dados e informações sobre sua atual pesquisa a respeito da história da ciência do solo no Brasil. Tudo começou ainda em 1860, com o Imperial Instituto Fluminense de Agricultura instituído por D. Pedro II. O Jardim Botânico do Rio abrigaria, anos mais tarde, em 1890, a Sessão Agronômica e, em 1910, o Laboratório de Química Agrícola, que evoluiriam para a criação do famoso Instituto de Química Agrícola, no mesmo prédio onde está sediada a Embrapa Solos até os dias atuais.

A celebração também contou com a presença dos chefe-gerais da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Lourdes Cabral, e da Embrapa Agrobiologia, Gustavo Ribeiro Xavier; do subsecretário de Agricultura Familiar da Seappa, Adriano Lopes; e do superintendente federal de Agricultura no RJ, Gilberto Alencar Belo.

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