Fonte: Embrapa
Na manhã do dia 26 de abril, 82 alunos do Ensino Fundamental e Médio do Colégio Ápice Educacional, de Águas Lindas de Goiás (GO), vivenciaram uma experiência diferente do dia a dia em sala de aula. Eles visitaram a Embrapa Cerrados, onde percorreram três estações e aprenderam sobre a importância dos insetos, a diversidade de plantas do Cerrado e a ecotoxicologia da água, além de conhecerem o jogo paradidático “Desafio no Cerrado”.
Na estação sobre insetos, o analista Amabílio Camargo mostrou por meio de fotografias e vídeos como essas espécies são importantes para a natureza e afetam o dia a dia das pessoas.
Ele falou sobre a grande diversidade de insetos e o ciclo de desenvolvimento de algumas espécies.
Outros temas abordados foram os diferentes papeis dos insetos, como a polinização realizada por abelhas, mariposas e besouros; o controle biológico de pragas; a limpeza de carcaças e a decomposição de animais, que evitam a contaminação do ambiente com doenças; e os insetos-praga na agricultura.
“Temos que pensar em todas essas funções desempenhadas pelos insetos antes de aplicar defensivos. Todos têm suas funções, várias são benéficas e outras são de pragas. Por isso, o melhor é utilizar produtos mais seletivos. E ainda temos a opção do controle biológico”, disse Camargo.
Orientando do pesquisador Eduardo Cyrino no Laboratório de Ecotoxicologia da Unidade, o bolsista Leandro Rangel discorreu sobre o trabalho de avaliação dos níveis de qualidade da água de diferentes rios e lagos do Distrito Federal. Ele ensinou que existem diferentes níveis de qualidade da água para consumo humano e para a irrigação.
Ao mostrar dois recipientes – um com água cristalina e outro com água colorida com corante verde – o bolsista instigou os alunos a dizerem qual eles beberiam. Em seguida, citou a possibilidade da presença de diferentes contaminantes, como filtros solares e cremes, nas águas de uma cachoeira frequentada por banhistas. “Por mais limpa que a água possa parecer, não quer dizer que ela possa ser consumida. Por isso, nosso trabalho é verificar onde a água é adequada para beber ou irrigar”, explicou.
Diversidade vegetal
O pesquisador Fernando Rocha abordou a diversidade de plantas do Bioma Cerrado e algumas diferenças entre as espécies, bem como as formas de propagação. Os estudantes perceberam as diferenças entre as folhas e as sementes de espécies diferentes e compararam duas folhas de uma mesma espécie, o pequi.
Rocha falou sobre a coleção de pequi da Embrapa Cerrados e da existência de diferenças entre plantas da espécie, como tamanho dos frutos e quantidade de polpa. “Se cruzarmos dois pés de pequi considerados muito bons e plantarmos as sementes, algumas plantas serão melhores que os pais, algumas serão piores e muitas serão parecidas com eles”, disse, exemplificando a base do melhoramento genético de plantas.
O pesquisador também explicou que as plantas podem ser propagadas por estaquia, em que o ramo de uma planta pode ser plantado e originar outra planta idêntica à original, e por enxertia, ao mostrar uma muda de mangueira (espécie cavaleira) “colada” ao caule de outra espécie compatível (cavalo ou porta-enxerto) para exemplificar o processo, que permite unir uma espécie interessante do ponto de vista produtivo com outra que agregue resistência a doenças, por exemplo.
Já o jogo educativo ambiental “Desafio no Cerrado” foi apresentado pelo analista Renato Berlim. O objetivo do jogo é encaixar as peças para formar terrenos com diferentes fitofisionomias do Bioma, como mata, cerrado, campo, além de rios.
Durante a partida, os jogadores podem formar de corredores ecológicos para a preservação do Cerrado e assim conquistarem pontos. Por outro lado, há também peças representando áreas degradadas e situações adversas, como incêndios e chuvas que podem provocar enchentes em terrenos com degradação.
“É um dominó ambiental, só que com peças de quatro lados. O grande lance é montar a maior extensão de terrenos e ocupá-los. Mas quem ocupa terrenos com degradação perde pontos”, explicou Berlim.
Aprendizado
Para os alunos do Ápice, a manhã de visita à Embrapa Cerrados foi uma oportunidade de entrar em contato com diversos conteúdos que complementam o aprendizado em sala de aula.
“Gostei muito da fala sobre os insetos, como eles nascem, crescem e morrem, além da decomposição que fazem de animais mortos. Também gostei do jogo, porque ajuda a valorizar a natureza e a aprender que não podemos degradá-la”, disse Valéria da Rocha, 11 anos, aluna da sexta série do Ensino Fundamental, que ainda elogiou a beleza da Unidade.
Miguel Baldez, de 12 anos, concordou com Valéria. “O que mais gostei foi do tema dos insetos, o que fazem no meio ambiente, os ‘prós’ e os ‘contras’, a decomposição e as fases de vida. E o jogo nos dá uma dimensão de como é grande o Cerrado e a agricultura”, comentou o aluno da sétima série do Ensino Fundamental.
Quem também saiu satisfeita com os conhecimentos e a experiência diferente proporcionados pela visita foi Ana Beatriz Oliveira, de 16 anos e aluna do segundo ano do Ensino Médio. “Foi bem interessante vivenciar essa experiência, sair da rotina dos livros”, afirmou, ressaltando o que gostou nas estações: “A estação da ecotoxicologia foi bacana porque não tínhamos noção de como a água pode estar contaminada. Foi legal ver a reprodução e a polinização feita pelos insetos, assim como as diferenças entre as plantas, que por mais que possam ser bem parecidas, não são iguais”.
Para a orientadora pedagógica Simone Seabra, que acompanhou os alunos junto com outros três professores do colégio, a visita serviu de motivação para os estudantes irem além da teoria ensinada na sala de aula. “Eles estão na idade da aventura e da emoção. Nada melhor que associar o ensino pedagógico à convivência com a natureza para despertar a curiosidade, auxiliar nas futuras escolhas profissionais e conscientizar sobre a importância da preservação do meio ambiente”, avaliou.
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