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quinta-feira, 30 de maio de 2019

PRESIDENTE DA FRENTE PARLAMENTAR DA AGROPECUÁRIA VISITA A EMBRAPA - Textos, Embrapa

Fonte: Embrapa

Deputado Alceu Moreira depositou sementes de Caupi no Banco Genético e visitou o laboratório onde são feitos bioinseticidas

O depósito de sementes de Caupi (Vigna unguiculata) no Banco Genético da Embrapa foi o ponto alto da visita que o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), fez nesta quarta-feira (29) à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 43 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa.




Após ser recepcionado pelo presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, diretores-executivos e chefes, Alceu Moreira fez um breve discurso onde enfatizou que é preciso ter estratégia para recuperar o orçamento da estatal, considerada por ele uma instituição importantíssima para o País, que “transforma suor em cérebro, força física em inteligência e produtos em solução de vida”.

Para que o recurso seja colocado no orçamento, Moreira sugeriu que a Embrapa elabore um “plano de entregas” para dizer ao agricultor e aos parlamentares que resultados serão entregues com os valores que são destinados à Embrapa. Segundo ele, a pesquisa não pode ser um fim em si mesma. “Nós queremos a Embrapa da pesquisa, que seja capaz de encontrar solução para o futuro das gerações e vocês têm essa capacidade instalada. O que está faltando na verdade é organizarmos estrategicamente esse movimento para conseguir colocar valores no orçamento que lhes permita sair desse ajuste”, afirmou. Por ser uma empresa pública dependente dos recursos do Orçamento Geral da União, a Embrapa também foi afetada pelas medidas de contingenciamento anunciadas no mês de março pela equipe do Ministério da Economia. Para este ano, houve bloqueio de 34 do valor previsto inicialmente na Lei Orçamentária para os gastos anuais de custeio e investimentos na Embrapa.

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Moretti, afirmou que a aproximação da Embrapa com o parlamento brasileiro é estratégica. “A presença hoje aqui do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e de outros congressistas demonstra a importância que esses representantes da população brasileira enxergam no trabalho que é desenvolvido pela Embrapa. Conhecer o nosso Banco Genético, que guarda enormes riquezas para a agricultura brasileira, é um ponto extremamente importante para que os nossos parlamentares entendam que o trabalho que a Embrapa faz é de grande importância e estratégico para a segurança alimentar da sociedade brasileira”, disse. A diretora-executiva de Gestão Institucional, Lucia Gatto, enfatizou que é importante que os parlamentares estejam cientes dos projetos e ações da Embrapa, bem como das dificuldades enfrentadas pela empresa, a fim de que a Embrapa possa contar com o apoio dos deputados e senadores e assim avançar com muito mais velocidade e qualidade em sua atuação.

O Chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral, falou brevemente sobre os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela Unidade e disse que é uma grande honra receber uma frente parlamentar tão importante e que atua na defesa dos interesses dos agricultores, agroindústrias e de todo o complexo que gira em torno do agronegócio e da agricultura familiar. “Nossa missão é agregar valor às inúmeras espécies de vegetais, animais e microrganismos que conservamos em nosso Banco Genético. A área de bioinsumos está tomando conta do noticiário nacional, mostrando que o uso de produtos a partir da biodiversidade brasileira é uma tendência que veio para ficar”, disse Cabral.

“Está longe a nossa possibilidade de construirmos essa solução sozinhos, mas na condição em que  estou agora na Frente Parlamentar da Agropecuária, valorizo muito a pesquisa, juntamente com os 270 parlamentares que compõem a FPA”, disse o deputado Alceu Moreira.

Deputado depositou amostras de Caupi nas câmaras frias da Embrapa

O deputado Alceu Moreira conheceu a estrutura e as pesquisas desenvolvidas no Banco Genético da Embrapa, onde são guardadas atualmente mais de 112 mil amostras de 833 espécies de sementes, conservadas em câmaras frias a -20 Cº, e 1.400 amostras de plantas em tubos de ensaio, de 30 espécies que não podem ter o seu material genético congelado. O presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, lembrou do início de sua carreira na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, quando foram trazidas as primeiras coleções de cultivos para o Banco Genético: “Lembro quando foram feitas as primeiras introduções de germoplasma: milho e trigo do México, arroz das Filipinas e Colômbia, feijão da Colômbia e braquiárias da África. Hoje esses cutivos dominam o mercado e são responsáveis pela pujança da agropecuária brasileira”, disse o presidente.

O supervisor do Banco Genético, Juliano Pádua, explicou que o material guardado no Banco Genético atende desde o pequeno agricultor indígena até o grande exportador de soja. “Nosso foco é ajudar a agricultura por meio da busca de ativos tecnológicos em nossas coleções que possam ser utilizados para encontrar soluções para diversos problemas, como as ervas daninhas”, disse. Juliano também lembrou que o Brasil, apesar de ser um grande produtor de alimentos e abrigar a maior biodiversidade do planeta, ainda depende da importação de espécies alimentícias de outros países. Por esse motivo, o Banco Genético da Embrapa, considerado o 5º maior do mundo, mantém constante relacionamento com bancos de outros países com a finalidade de manter a coleção brasileira sempre diversa e atualizada.

Em seguida, o deputado Alceu Moreira se paramentou para entrar numa das quatro câmaras frias do Banco Genético, e foi convidado a depositar amostras da espécie Vigna unguiculata, popularmente conhecida como feijão-caupi, feijão-miúdo, feijão-de-corda, feijão-fradinho, feijão-frade ou feijão-macáçar. O material já fazia parte da coleção e está sendo monitorado para avaliar o grau de germinação, prática comum nos bancos genéticos de armazenamento à longo prazo. O deputado também visitou a coleção de sêmen, embriões, DNA e tecidos de animais, conservados pelo método de criopreservação em botijões de nitrogênio líquido a 196º abaixo de zero. O criobanco guarda amostras de raças consideradas localmente adaptadas de bovinos, suínos, caprinos, ovinos, bubalinos, asininos e equinos, essenciais para os programas de melhoramento genético de animais.

Visita ao laboratório onde são formulados os bioinseticidas

A última etapa da visita aconteceu no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas (LBE), onde são produzidos os bioinseticidas da Embrapa. A pesquisadora Rose Monnerat, responsável pelo laboratório, apresentou as pesquisas desenvolvidas a partir de um banco com 2.800 bactérias que controlam desde borrachudos e mosquitos (entre eles o Aedes aegypti) até diversos tipos de lagartas que prejudicam a agricultura brasileira. Ela destacou a importância da parceria com empresas privadas para fazer os produtos chegarem ao mercado. O LBE da Embrapa é acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) para a realização de ensaios biológicos e prestação de serviço a empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior.

“Se nós temos realmente condição de criar um novo País, se é possível produzir uma plataforma econômica que agregue valor e seja capaz de ser observada e admirada pelo mundo ela está aqui na Embrapa”, disse o deputado Alceu Moreira. “Precisamos fazer com que o parlamentar conheça a Embrapa, saiba o que ela é capaz de entregar, e é isso que nós estamos fazendo aqui, abrindo as portas para fazer com que esta casa possa abrir as portas para o parlamento e para o governo e dizer que o recurso público tem prioridade, mas poucas coisas são mais prioritárias do que a Embrapa”, disse Alceu Moreira.

Nesta quinta-feira (30), um grupo de deputados da FPA embarca para Campinas (SP), onde serão recepcionados pelo pesquisador Evaristo de Miranda, Chefe-geral da Embrapa Territorial.

Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA

Frentes parlamentares são associações de parlamentares de vários partidos que se reúnem para debater sobre determinado tema de interesse da sociedade. Devem ser compostas por pelo menos um terço de membros do Poder Legislativo e sua constituição precisa ser aprovada em requerimento junto ao Congresso Nacional. Diversas frentes são constituídas a cada nova legislatura. Nessa atual legislatura (2019 – 2023), já existem 160 constituídas.

A Frente Parlamentar de Apoio à Agropecuária foi lançada em 2002 e em 2008 passou a ser denominada Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para se adequar às regras de regulamentação criadas pela Câmara dos Deputados. É composta por 270 membros, entre deputados e senadores, em exercício e fora dele. A entidade tem o objetivo de estimular a ampliação de políticas públicas para o desenvolvimento do agronegócio nacional. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, é ex-presidente da FPA. Para saber quem são os atuais membros, clique aqui.

Embrapa e FPA

A Embrapa participa dos debates da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) desde 2002, subsidiando tecnicamente os trabalhos dos parlamentares, bem como apresentando resultados da pesquisa. Um dos exemplos mais recentes dessa interação é a apresentação de estudos e resultados a partir de dados fornecidos pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) – sistema responsável pelo mapeamento das áreas de produção que indica as melhores datas de plantio das culturas para cada município brasileiro, reduzindo o risco de perdas por fatores climáticos.

Também nessa direção, a Embrapa debateu e apresentou propostas junto a comissões técnicas do Congresso Nacional e também junto à FPA sobre o Novo Código Florestal, projeto de lei que se transformou na Lei 12.651, de 25 de maio de 2012. Para sua formulação, pesquisadores da Embrapa contribuíram com diversas participações em audiências públicas e elaboração de notas técnicas.



Clique aqui para ver esta matéria na íntegra em Embrapa.

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