Fonte: Embrapa
A ExpoTec 2019, exposição de tecnologias para agricultura e pecuária em Goiás, foi aberta nesta quinta-feira (25/04) na sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO), e contou com cerca de 400 participantes, entre técnicos, estudantes, professores, representantes de instituições e profissionais de transferência de tecnologia. O aplicativo “Dr. Feijão” e a BRS A501 CL, primeira cultivar de arroz de terras altas resistente a herbicida, foram alguns dos destaques no primeiro dia do evento.
Na abertura da ExpoTec 2019, o chefe geral da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Wander, falou que o evento está em sua quinta edição e que, a cada ano, busca-se aprimorá-lo. Ele afirmou que, dentre as várias tecnologias que estão sendo apresentadas, uma delas é o aplicativo chamado “Dr. Feijão”. “É uma ferramenta que vai permitir a técnicos e produtores acesso em tempo real a uma série de informações de interesse da cultura do feijoeiro, sob diferentes fases fenológicas. É também um canal de comunicação entre quem está usando o aplicativo e os técnicos da Embrapa e profissionais que atuam em consultoria e em extensão rural”, disse Alcido Wander. Ele observou ainda que o aplicativo foi desenvolvido em trabalho colaborativo com o Instituto Bento, localizado em Goiânia (GO).
O superintendente de Desenvolvimento Agrário e Fundiário da Secretaria de Pecuária e Agricultura de Goiás, Armando Rollemberg, que representou, na abertura da ExpoTec, o secretário Antônio Carlos de Souza Lima Neto, lembrou que o Governo de Goiás recriou esta pasta da Agricultura, no intuito de promover políticas públicas em todo o estado. “Lançamos recentemente parcerias com Senar, Faeg e Embrapa, criando o conselho ‘Agro é de Todos’, que busca conhecer as demandas de todo o setor e discute com as entidades envolvidas uma forma de atender às necessidades”. Rollemberg fechou sua fala ressaltando a importância de eventos como a Expotec, para a constituição e sucesso dessas parcerias.
Neste ano, a ExpoTec contou com o Senar Goiás e a FAEG como coordenadores do evento junto com a Embrapa. O Superintendente do Senar Goiás, Dirceu Borges, chamou a atenção para a importância do evento, no que diz respeito à divulgação de tecnologias. “Essa feira é uma oportunidade para ampliar o conhecimento sobre estudos, pesquisas, novos cultivares, que vêm sendo desenvolvidos pela Embrapa em nosso país. Sem ela, com certeza, nós não estaríamos com a tecnologia e com as variedades que nós temos em campo hoje em toda a nossa agricultura e pecuária”, afirmou.
Aplicativo “Dr. Feijão”
A Embrapa Arroz e Feijão lançou, durante a exposição, o app “Dr. Feijão”, um aplicativo que visa à aproximação entre os produtores e as soluções tecnológicas desenvolvidas para o sistema produtivo do feijoeiro comum, sem que haja, necessariamente, a presença física de um técnico de campo. Com ele, a Empresa melhora a comunicação e o atendimento aos clientes, apresentando alternativa moderna de transferência do conhecimento gerado pela pesquisa, principalmente, em locais de difícil acesso, trazendo grandes benefícios para o desempenho da agricultura brasileira.
Desenvolvido pelo Instituto Bento, com suporte de conteúdo do setor de Transferência de Tecnologia do Centro de Pesquisa, o “Dr. Feijão” trará inúmeras vantagens para a Embrapa. Segundo Paulo Roberto e Ielik Miguel, responsáveis pelo desenvolvimento, “a principal delas é levar às mãos do usuário todas essas tecnologias, com rapidez e custo reduzido, dando acesso a informações específicas que ele necessite, sem que haja gasto com impressão gráfica e deslocamento de pessoas, por exemplo, levando ao uso real dos conhecimentos produzidos dentro da Embrapa”.
Disponível para sistema Android e iOS, com alguns dos serviços permitindo acesso offline, o aplicativo deve se transformar em ferramenta de apoio ao processo de tomada de decisão para produtores e técnicos. Nesta primeira versão, traz informações sobre a fenologia do feijoeiro e seus aspectos Fitotécnicos ligados à produção de feijão-comum. Dentro do conteúdo atual, estão relacionados os diferentes estádios de desenvolvimento da planta com a ocorrência de pragas, doenças, deficiências e necessidades nutricionais e hídricas, além dos produtos gerados pela pesquisa, como as cultivares. O aplicativo dará acesso às publicações da Embrapa e identificará parceiros licenciados para aquisição de sementes BRS de feijão-comum, além de manter o usuário informado acerca de eventos que envolvam a cultura.
O “Dr. Feijão” é uma resposta ao apelo dos clientes externos, para promover uma aproximação dos envolvidos na parte inicial da cadeia do feijão-comum com a Embrapa, agregando conhecimentos diversos em um mesmo canal. No futuro, outras culturas similares terão suas informações também inseridas na aplicação. Com esta ação, a Embrapa, como referência nacional na geração de soluções tecnológicas sustentáveis para o agronegócio, integra agora o rol de empresas que oferecem soluções modernas ao agricultor e ao técnico de campo.
Integração Sustentável do Arroz a Sistemas de Produção
Dentro da perspectiva de melhor integrar o arroz de terras altas a sistemas produtivos, em rotação de culturas, com uso otimizado de insumos, o pesquisador em melhoramento de plantas de arroz, Adriano Castro, apresentou a cultivar BRS A501 CL. Lançada há um ano, a variedade possui elevada produtividade, qualidade de grãos e tem como diferencial para o produtor a resistência a herbicida, o que torna o material uma alternativa para o controle de plantas daninhas.
“A BRS 501 CL é a primeira cultivar de arroz de terras altas com resistência a herbicida no Brasil e no planeta. A resistência a herbicida foi identificada dentro do próprio arroz, ou seja, a variedade não é transgênica; e o herbicida que ela é resistente pertence ao grupo das imidazolinonas, que possui ação total com eficiência muito grande. Essa cultivar é recomendada para áreas velhas em rotação com soja, feijão, milho e trigo. Na sojicultora, por exemplo, a rotação de culturas com a variedade pode ajudar no controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato. Você planta a soja no início da safra; tira a soja em janeiro; e planta o arroz, com o benefício do ponto de vista agronômico da rotação de culturas e, em relação ao controle de plantas daninhas, com a rotação de herbicidas”, disse Adriano Castro.
Com isso, o agricultor faz o manejo da lavoura e deixa ela preparada para as culturas sucessoras. “Áreas de soja cultivadas após arroz têm em torno de 10 a 15 a mais de produção”, afirmou o pesquisador. Ele contou que constatou essa situação junto a produtores de municípios de Sorriso e Sinop no Mato Grosso.
Outra aplicação citada por Adriano Castro é o uso da BRS 501 CL para renovação de pastagem, com o plantio consorciado com cultivares forrageiras de panicum e braquiária. Nesse caso, ele explica que, após o plantio, aplica-se o herbicida para segurar a forrageira. Posteriormente, colhe-se o arroz e resta a pastagem renovada a um custo abatido pela renda gerada com a produção do arroz.
Além da BRS 501 CL, Adriano Castro mostrou ainda novidades que virão a partir da próxima safra, como a BRS A502 e também lançamentos mais antigos como a cultivar para a agricultura familiar BRSGO Serra Dourada, fruto de uma parceria com a Emater e a Universidade Federal de Goiás.
A ExpoTec 2019 contou ainda com a apresentação de cultivares de amendoim, milho, sorgo granífero, soja e feijão. Houve demonstrações de uso de drones. Para mais informações, clique aqui.
Autores: Hélio Magalhães/ Henrique Oliveira/ Rodrigo Peixoto
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