Fonte: Embrapa
Alternativas de manejo para a cultura de arroz de terras altas foi tema da aula de campo realizada pela Embrapa Cocais e Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) na manhã da última terça-feira, dia 21, na Fazenda Escola da Universidade. O evento contou com a participação da comunidade acadêmica, técnicos e extensionistas e com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Maranhão – Senar-MA, responsável pela transferência de tecnologia para o produtor rural.
A ênfase nos ensinamento foi o manejo integrado de doenças, pragas, ervas daninhas, cultivares e produção de sementes, fertilidade do solo, adubação, ciclo da cultura, densidade de semeadura, espaçamento, entre outros.
Para o aluno do curso de Agronomia, Jefferson Fernandes Silva, “as tecnologias de manejo do arroz mostradas ampliam o horizonte da agricultura em quantidade e qualidade e com sustentabilidade”.
A chefe da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, lembrou que, desde o surgimento da agricultura há “luta” COM a natureza para produção de alimentos e, mesmo tendo a Embrapa e demais instituições de pesquisa desenvolvido um leque de tecnologias que garante produção e produtividade crescentes em menores áreas de terras e com preservação ambiental, hoje se tem o desafio de continuar alimentando a população mundial, situação essa para a qual a pesquisa agropecuária brasileira se antecipa e busca soluções. “Daqui a quatro décadas, seremos 10 bilhões de pessoas no mundo, o que demanda um aumento de 60 na produção de alimentos. Para isso, busca-se incrementar a tecnologia, à serviço da humanidade, e, nós, pesquisadores, aprendemos, a cada dia, nesse contínuo processo de descoberta. Estamos aqui para compartilhar e construir juntos esse conhecimento, com professores e alunos da Universidade e o Senar, nosso parceiro na transferência da tecnologia aos produtores”.
A professora Antonia Alice Rodrigues, que ministrou palestra sobre “Identificação e manejo de doenças do arroz”, ressaltou que o dia de campo faz parte do convênio entre Embrapa e Uema e está no segundo ano de realização. “A iniciativa nos permite avaliar os experimentos que temos em parceria com a Embrapa e mostrar os resultados para nossa comunidade acadêmica. Os alunos têm a oportunidade de ver, na prática, a cultura do arroz em suas diversas formas de apresentação (doenças, sanidade, pragas, cultivares etc) e se preparam para, no futuro, serem os pesquisadores, técnicos, professores que continuarão esse trabalho”. A professora Joseane Rodrigues de Souza, por sua vez, fez palestra sobre “Manejo de pragas e preservação de inimigos naturais”.
O pesquisador Guilherme Abreu, da Embrapa Cocais, disse que o trabalho de desenvolvimento de cultivares de arroz no Maranhão é uma ponta do Programa Nacional de Melhoramento de Arroz. “Durante o dia de campo, apresentei diferentes cultivares de arroz lançadas e adaptadas para o Maranhão que estão em uso no interior e suas características, e ainda sobre o trabalho de desenvolvimento de cultivares e produção de sementes”.
Ainda pela Embrapa Cocais, o analista Carlos Santiago abordou o tema ‘Manejo para a obtenção de altas produtividades’. “Estamos no lugar certo, que é a universidade, para a transferência dessas informações, formando profissionais lideres que, no futuro, poderão disseminar esses conhecimentos aos produtores e comunidades ligadas à produção do arroz”, afirmou.
Arroz no Maranhão – O Maranhão é o 1º estado produtor de arroz da Região Nordeste e o 5º produtor nacional, porém não é autossuficiente na produção deste cereal. O arroz tem grande potencial de desenvolvimento, áreas, solo, clima, além de ser um alimento tradicional no Estado. Nas últimas seis safras, houve uma grande evolução em produtividade no estado.
A Embrapa Cocais, em parceria com outras Unidades da Embrapa: Embrapa Arroz e Feijão, Meio-Norte e Secretaria de Inovação e Negócios – SIN, juntamente com o Governo do Estado, universidades e a Camil Alimentos vêm, desde 2014, desenvolvendo grande esforço para alavancar a cadeia produtiva do arroz neste Estado. A Embrapa e universidades buscam, por meio de pesquisa e transferência de tecnologias, alavancar o desenvolvimento regional com inclusão produtiva, melhoria da renda e redução das diferenças de eficiência produtiva em relação a outras regiões brasileiras.
No Maranhão, o cultivo do arroz é realizado em três grandes sistemas: terras altas, sequeiro favorecido e irrigado. O sequeiro favorecido é considerado um sistema emergente, tem ganhado muitos adeptos nos últimos anos e consiste no uso de cultivares indicadas para o sistema irrigado, semeadas em áreas que posteriormente formam lâminas d’água naturalmente ou ficam encharcadas com as chuvas. A pesquisa sobre as técnicas de manejo desses sistemas adaptados para a realidade do Estado do Maranhão vem promovendo a gradativa elevação da produtividade dessa cultura nesses diferentes sistemas.
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